sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Máquina de Felicidade

Em uma ação de guerrilha, que com toda a certeza gerou muito buzz (Boca-a-boca). A Coca-Cola ao invés de oferecer um sampling do produto, ofereceu um sampling da marca, de toda a proposta de posicionamento e identidade, trouxe o consumidor para dentro da campanha, de uma maneira leve e divertida.


Vale a pena conferir o vídeo, que também ajuda a esquecer a pífia ação em São Paulo do cofre gigante.



Grande abraço

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Canja Especial: Marina Colasanti

Tomei conhecimento desta grande autora por intermédio de minha quase irmã Christiane Chinelate, que me enviou um poema com o texto que transcrevo abaixo. Marina Colasanti é uma autora que fala com muita sensibilidade e astúcia sobre o universo feminino, embora este texto seja "unissex", acredito que vocês irão apreciar suas linhas.


Boa Canja a todos!




Eu sei, mas não devia



Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


Marina Colasanti

Grande abraço a todos!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Máquina de Teletransporte Argentina





Contagem regressiva para o inicio das aulas na faculdade, e antevendo o futuro, queria pedir licença a vocês, pois com o inicio do novo semestre, com certeza irei abordar muitos assuntos relacionados ao mundo do marketing. Tentarei trazer os assuntos de uma forma que interesse a todos, mas se caso você não ficar satisfeito, por favor me comunique, estou aberto a sugestões e criticas.


Como primeiro Post relacionado ao fascinante mundo do marketing, gostaria de falar de uma empresa argentina que fabrica uma cerveja chamada Andes, esta empresa conseguiu alcançar um preceito básico do marketing: Entender e Atender.

É sabido que alguns estudiosos do mercado, defendem que a marca só conquistará seu lugar no coração do consumidor, quando a marca tiver uma função real no cotidiano do consumidor, pois eis que a Andes em parceria com a Del Campo Saatchi & Saatchi, desenvolveram uma máquina de teletransporte que entendeu, atender e conquistou uma função na vida dos seus clientes. A máquina funciona da seguinte maneira: Ao receber aquela ligação indesejada da namorada, ou namorado, é claro! A pessoa entra na máquina e escolhe um ambiente, que pode ser um hospital, um engarrafamento, ou um problema mecânico no carro. Após a escolha do local, a máquina emitirá os sons característicos do ambiente em que você escolher estar, daí pra frente vai seu dom pra dramatização.

Vale a pena conferir os vídeos, peço desculpas, mas ainda não descobri como faço para colocar o vídeo para passar na própria pagina do blog, mas em breve este inconveniente estará resolvido, por hora deixo aqui o link dos três vídeos da campanha.

 


 


Um grande abraço a todos!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Olho por olho e o mundo acabará cego (Gandhi)




Todos nós, sejam novos ou velhos, brancos ou amarelos, estamos em uma caminhada, escolhermos diariamente novas estradas, uns necessitam transitar por grandes avenidas, outros preferem a discrição das ruas paralelas, e constantemente ainda podemos sentir a necessidade de uma pequena, distante e solitária estrada de terra. A grande maioria de nós prefere intercalar constantemente entre todos os tipos de caminhos, às vezes pegamos vias escuras e procuramos na escuridão esconder nossos pecados, ou apenas buscar conforto no frio anonimato e logo em seguida lá estamos em uma grande avenida iluminada, tentando evidenciar ao mundo tudo aquilo que julgamos ser nossas qualidades. A cruz da escolha de nossos caminhos se faz diariamente, e a grande maioria delas ocorre no estado de “Piloto Automático”, dado que, queimado uma vez a mão no fogo, automaticamente nos retraímos perante qualquer tamanho de fogo que nos ameaça.


O que a grande maioria dos integrantes de nossa sociedade não consegue entender, é que não são os grandes feitos que forjam o caráter do homem, mas sim as pequenas decisões diárias, que muitas vezes relegamos ao modo automático de ser, revelando nossa camada superficial e fria,repleta de total desatenção para com tudo o que nos circunda. A maior prova do egocentrismo do ser humano é a sua dificuldade de ver-se como membro interino de uma grupo, e atinar que suas atitudes, poderão e certamente irão, influenciar o meio ambiente em que esta inserido. Você atira uma lata de cerveja pela janela do carro e não pensa que aquela lata pode se juntar a outras centenas e entupir um bueiro e causar uma enchente em sua própria casa, ou o que seria pior ainda, causar uma enchente nas casas de pessoas que não tiveram nada a ver com aquilo, ou como aconteceu com uma pobre senhora idosa em São Paulo, que ao tentar atravessar uma rua, acabou por escorregar em uma lata de cerveja, bater a cabeça na guia, sofreu um traumatismo craniano, que a levou a morte alguns dias depois.

As suas decisões podem influenciar diretamente centenas, milhares de pessoas, fugir a responsabilidade, julgando paranóico pensar assim, ou ainda, esquivar-se do peso que acarreta a visão mais ampla do papel do individuo na sociedade, pode ate bular sua consciência, mas na realidade, apenas entope cada dia mais o cano da civilidade, tão necessário a fluidez de nosso mundo, até chegarmos a um ponto que este cano não suportará a pressão e se romperá, jogando para o alto tudo o que nos diferencia de predadores selvagens, voltará a valer a lei do “cada um por si”, e quando cada um vai por si, na verdade ninguém vai a lugar nenhum.

Começe a treinar sua civilidade, devolva o troco que você recebeu a mais, lembre-se que alguém será prejudicado por aquilo, e provavelmente será o lado mais fraco da corda. De preferência aos idosos e mulheres grávidas, deixe que estas pessoas passem na sua frente, o tempo perdido será ínfimo perante a sua satisfação de ter feito algo correto. Não jogue o carro em cima dos transeuntes que ainda não terminaram de atravessar a rua, evite usar desnecessariamente a buzina, não entre em brigas tolas por ego, tenha firmeza em suas convicções e em seu caráter, seja uma pessoa de palavra, mesmo que isso te traga prejuízos momentâneos.

O mundo esta repleto de Homens com “H” maiúsculo, mas HOMENS todo em maiúsculos ainda são raros, entre você também para este time, não apenas com ideologias e discursos, fale menos, faça mais! Faça o seu mundo diferente...

Grande abraço a todos

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Dona Senhora

Há alguns anos atrás acabei por firmar uma parceria com uma empresa instalada no bairro da Saúde em São Paulo, por conta desta parceria, freqüentemente tenho que me deslocar até a capital, muito de contra-gosto, mas são ossos do oficio!

Não sei precisar exatamente quando foi que percebi a personagem que motiva estas linhas de hoje, mas em dado momento, reparei que na Av. do Estado, próximo a Ponte do Tamanduateí, uma senhora que eu não sei o nome, não sei a idade, não sei sua historia, suas dores...nada, me chamou a atenção...




O rosto negro sem nome, que tinham uma árvore no jardim de sua casa, e morava de frente para o rio, era o que se chama de moradora de rua.

Estava ali, talvez porque fosse fraca demais para suportar as pressões da vida moderna! Aquela mulher que estava ali, talvez porque fosse forte demais para suportar tudo!

A realidade que furta sonhos, a cerca de marcas: Ferrari, Visa, Suvinil, Coca-Cola. Para ela o que sobra das melhores marcas. Eu sempre passava de carro, era impossível parar, o trânsito caótico, piora com a aproximação do Mercado Municipal.


Sempre quis ouvir sua historia, não sei se por curiosidade, ou pena, ou talvez apenas mais um daqueles hipócritas sentimentos burgueses. Imaginava seu dia-a-dia, como conseguia comida, já que nunca havia a visto esmolar, como fazia suas necessidades, o que acontecia quando chovia forte e com vento, de onde vinha água para ela beber, como ela lidava com a violência da madrugada...?

A vida seca, cheia de fuligem, é tão distante do conforto do meu e do seu computador, da vida cibernética do mundo virtual!

A Dona Senhora, se foi...Hoje ao passar enfrente a sua residência, já não havia nada além de muro!



Não sei se mudou...

                      Não sei se encontrou vida...

                                                           Não sei se morreu...


Então hoje o carro me pareceu pequeno, e hoje eu estava em São Paulo, mas sozinho do que nunca, o calor abafava, a poeira dava as mãos para a fumaça preta dos escapamentos, e me esbofeteava a cara com uma realidade que tento fingir não me afetar, quantos daqueles vizinhos de Dona Senhora, não possuíram os mesmo sonhos que eu tenho hoje, quantos não se iludiram com uma vida confortável aos 50 anos, uma aposentadoria recheada de viagens, quantos...




Todos eles sentem dor, sentem fome, frio e medo, como nós. Os desejos e anseios que em nós crescem em forma de consumismo, neles afloram como espinhos, que machucam como navalha em carne queimada.





Eles moram na capital financeira do país, e o Brasil passa por eles todos os dias, despercebidos, com seus cabrestos da moda, rumam para as televisões das salas, se chocam com as noticias, ficam escandalizados que ninguém faz nada pra mudar isso tudo, desligam a TV e vão dormir...



Boa noite Dona Senhora que Deus esteja sempre contigo

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Época x Veja

A tragédia do Haiti foi considerada por Ban Ki-moon, Secretário Geral da ONU, “a crise humanitária mais grave em décadas” enfrentada pela ONU. O governo local, afirmou que sepultou 70 mil corpos em covas coletivas. Tudo isso dá a dimensão de uma tragédia que vem sendo comparada ao grande tsunami do dia 26 de dezembro de 2004, que atingiu a Ásia e deixou um saldo de 250 mil mortos.

E é claro que um evento destas proporções faz borbulhar redações do mundo inteiro, na busca de uma cobertura completa, de uma historia exclusiva, de uma imagem marcante, da noticia mais rápida. E talvez seja a mistura disto que me fez indagar ontem, se eu teria recebido novamente a mesma revista aqui em casa.

Explico. Sou assinante da Revista Veja e também da Revista Época, E as duas chegam aos sábados e são malabaristicamente atiradas na garagem de casa. A veja chegou mais cedo, fui até a garagem e a folhei mais por habito, pois estava de saída, atirei-a sobre a mesa da sala e sai. Mas tarde ao retornar, percebi a mesma revista na garagem! Seria um déjà vu? Intrigado me aproximei e não consegui conter um sorriso, mesmo em face da trágica capa:








As duas rivais estamparam a mesma fotografia em suas capas, de autoria de Patrick Farrel, publicada no dia 13 de janeiro, no The Miami Herald (www.miamiherald.com/1575).

Não tenho conhecimento de outra vez que tal fato tenha se repetido, mas achei tão incomum que a primeira coisa que pensei foi: Vou postar isso no blog!

Talvez seja a péssima mania do brasileiro de fazer piada de tudo, mas realmente em meio a toda esta tragédia no Haiti, tenho que agradecer as duas gigantes revistas, por me proporcionarem um momento de riso..

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Na Berlinda: O Sumiço da Água



Muito me irrita o alarmismo criando em função da hipótese de a água potável e pronta para o consumo estar simplesmente em curso de uma misteriosa viagem rumo ao desconhecido, onde ninguém aparentemente se dá o trabalho de perguntar: Pra onde diabos está indo toda essa água?!

Alguém por aqui, já buscou saber, ou conhece alguém que saiba como são feitas as medições que cotidianamente nos assolam com o desaparecimento de milhões de litros de água?

E essa pergunta eu não vou responder!

Desta vez quero fazer diferente, quero apenas apresentar uma duvida que tenho a respeito deste assunto.

O mundo hoje esta abarrotado com mais de 6 bilhões de pessoas, atente-se bem para o MAIS! Pois bem, faremos brevemente uma continha simples com os 6 bilhões mesmo. Digamos que em uma média geral, cada família do globo seja composta por 4 pessoas, dividindo 6 bilhões por 4, teremos: 1,5 bilhões de lares. Digamos que, em outra média geral, estas casas armazenem 500 litros de água, o equivalente a uma caixa d’água, instalada no telhado, mas introduzindo nestes 500 litros, a água armazenada em forma de gelo, em outros produtos e alimentos, seja de consumo alimentício ou não, pois embora não seja possível beber um frasco de inseticida sem maiores danos a saúde, teremos que concordar que aquela água que foi utilizada na produção daquele produto provavelmente poderia servir ao consumo, pois foi retirada de uma torneira ligada ao sistema de abastecimento de água da localidade, ou diretamente de um rio, e nunca diretamente do oceano; neste volume de água também contaremos a água parada nos encanamento, presa nos conduites, nas calhas e etc...

Então multiplicando o total de lares (1,5 Bilhões) pela quantidade de litros d’água armazenados (500 Litros), chegamos a 750 BILHÔES DE LITROS D’ÁGUA estocados em residências pelo mundo! Com certeza este volume faria diferença em qualquer concentração aquática pelo mundo!!!

E logo na seqüência vem a pergunta: Você acha que eles estão levando em conta toda a água armazenada pela sociedade?

Não quero entrar em assuntos mais técnicos, como a quantidade de água armazenada dentro dos corpos da colônia que mais cresce no mundo: A Humana; Nem ao menos discorrer sobre a quantidade de água em transito no ar, em forma de vapor, que tem aumentado proporcionalmente ao aumento da temperatura na Terra e nos oceanos.

Mas uma vez a idéia aqui é simplesmente causar reflexão, estamos realmente analisando todas as informações que a grande mídia nos apresenta? Ou estamos simplesmente aceitando tudo goela abaixo, como fantoches em um circo de horrores?

Antes que me crucifiquem, não faço grandes desperdícios de água, mas também não quero viver este fantasma seco e empoeirado da odisséia da água no espaço!







Um grande abraço