Reiterando minha total falta de experiência gramatical, relembro aqui um poeta ao qual tomei conhecimento, por conta de um grupo que mistura música regional e literatura de cordel: O Cordel do Fogo Encantado. Simplesmente incrível! No álbum lançado em 2000, que leva o mesmo nome do grupo, é possivel conferir em sua última faixa , o grupo contar que certa vez, o poeta Zé da Luz foi confrontado com a afirmação de que para falar de amor era necessário um português correto e tal...Então Zé da Luz compõe o poema que é recitado no disco e que também transcrevo abaixo como resposta a todos aquele que se apegam as regras como única e exclusiva forma de sobrevivência, e logo após alguns dados sobre o poeta
Ai! Se sêsse!...
Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dos se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!
Severino de Andrade Silva (Zé da Luz), nasceu em Itabaiana, PB, em
29/03/1904 e faleceu no Rio de Janeiro-RJ, em 12/02/1965
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