sábado, 20 de março de 2010

Cravina dos poetas








Queria ser um poeta

Para entre sussurros rimar

Realidade e sentimentos

E usando cores de Almodóvar

Amenizar meu sofrimento

Quando na melancolia noturna

Travando conversa com uma estrela amiga

Vivendo um trailer de desejos e fantasias

De um front escondido no tempo

O amor explodirá, como guerra em Saravejo



Teu sorriso tranca minha felicidade

Tua realidade seqüestra meus sonhos

Mas na amnésia de sua presença

Faço pairar sobre ti

A asa suave do meu amor

Entregando-me a sua servidão

Como uma foz sem direção

Na primavera ensolarada

Florindo dentro do meu coração



Andando entre sombras de sedução

Refrigero minha alma

Te esperando na dor e na calma

Pegando carona no cometa da ilusão

Chorando a fria chuva da paixão



E se em tua sacada

Uma brisa suave beijar teus lábios

Lembre-se de sonhos infantis

E de campos de lírios

Imagine o sol banhando a terra

Como fogos saudando o novo milênio

Em uma musica monocórdia

Procuro a mim mesmo

Mesmo, que eu, esteja perdido dentro de você



E no sono, a calmaria

Uma prece levada a Maria

Que ressoa pelo ar

Como uma cantiga de ninar

Enobrecendo o solo de um cravo

Na clássica melodia de Bach

Tocada por uma orquestra de anjos

Cantada um coral de arcanjos



E agora, me vertendo em doces lágrimas

Me inspirando em belas paisagens

Entre o secreto aroma do jasmim

E a difusa sensação de amar

Meço sob uma placa de opala,

Iluminada pela luz da imaginação

Quantos caminhos cruzados juntos

Juntos..., mesmo sem você saber

E como um último apelo perante teu júri

Criei um mundo inteiro

Só não te criei em meus sonhos

Pois você e meu sonho real

A cravina que a falta

E tira a beleza do meu jardim



E assim,

Lhe proclamo meu amor

Oh, bela e trágica flor !

E na mais sublime verdade

Te espero pela eternidade

Em um paraíso romântico

Canto o mais belo cântico

Para que você entenda meu pesar

E venha logo me amar

Por favor,

Olhe para mim

Pois só então irá atinar

Que sem você, tudo é fim.



Rodrigo Luiz Cardoso Fukunaru

2 comentários:

  1. Eu sou suspeita para falar, mas você é sim um poeta! E esse poema é lindo!
    Fiquei emocionada!


    Aguardo ansiosamente outras cravinas por aqui!


    beijos, Aline

    ResponderExcluir
  2. Adorei o poema! E o poeta é simplesmente maravilhoso... Você escreve muito bem.

    Beijos, Mari

    ResponderExcluir