segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ai! Se sêsse!...

           Reiterando minha total falta de experiência gramatical, relembro aqui um poeta ao qual tomei conhecimento, por conta de um grupo que mistura música regional e literatura de cordel: O Cordel do Fogo Encantado. Simplesmente incrível! No álbum lançado em 2000, que leva o mesmo nome do grupo, é possivel conferir em sua última faixa , o grupo contar que certa vez, o poeta Zé da Luz foi confrontado com a afirmação de que para falar de amor era necessário um português correto e tal...Então Zé da Luz compõe o poema que é recitado no disco e que também transcrevo abaixo como resposta a todos aquele que se apegam as regras como única e exclusiva forma de sobrevivência, e logo após alguns dados sobre o poeta



Ai! Se sêsse!...

Se um dia nós se gostasse;

Se um dia nós se queresse;

Se nós dos se impariásse,

Se juntinho nós dois vivesse!

Se juntinho nós dois morasse

Se juntinho nós dois drumisse;

Se juntinho nós dois morresse!

Se pro céu nós assubisse?

Mas porém, se acontecesse

qui São Pêdo não abrisse

as portas do céu e fosse,

te dizê quarqué toulíce?

E se eu me arriminasse

e tu cum insistisse,

prá qui eu me arrezorvesse

e a minha faca puxasse,

e o buxo do céu furasse?...

Tarvez qui nós dois ficasse

tarvez qui nós dois caísse

e o céu furado arriasse

e as virge tôdas fugisse!!!



Severino de Andrade Silva (Zé da Luz), nasceu em Itabaiana, PB, em

29/03/1904 e faleceu no Rio de Janeiro-RJ, em 12/02/1965

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